terça-feira, 25 de setembro de 2012

Modelo Odontológico de Leon-Roman (canino)

Amigos da Odontologia Veterinária,
Novamente, buscamos inovar em nossa nobre área, e a melhor maneira foi pensar em algo que faltava, e em algo que fosse melhor do que já existe no mundo.

Foi ai que, para nossa alegria, o artista plástico brasileiro Michel Van Opstal retornou do Japão, após anos de "exílio", trazendo novidades e tecnologia para atuar em território nacional.

Após reuniões, foi concebido o primeiro modelo odontológico-veterinário (canino) com melhorias e caracterização, sob minha consultoria. Muitas coisas que não existiam no modelo convencional, como úlcera de contato, exposição de furca, retração gengival em incisivos, linha muco-gengival nítida, e anatomia dentária identica ao real, fazem parte da inovação.

Além disso, para nós, brasileiros e sulamericanos, este produto é produzido aqui mesmo, com preço semelhante ao norte-americano, com a vantagem de que ele pode ser adquirido diretamente com a VanOpstal pelo blog http://michelvanopstal.blogspot.com.br/


Quando alguma vez alguém me disse "Leon, você quer mudar uma coisa que nem os norte-americanos mudaram", foi quando meu agora incessante espírito questionador nasceu. Hoje, temos um produto muito mais bonito e especializado que em qualquer outro lugar deste planeta.

É isso ai, Dr Leon buscando a Odontologia Veterinária Diferente. Espero que gostem dos modelos, e continuem enviando (leon@dentistavet.com.br) seus comentários e sugestões.

MV. Esp. PhD. Marco Antonio Leon
CTEOV / DentistaVet / VetDent - Odontologia Veterinária


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sobre Mobilidade Dentária...

Considerações do Prof.Leon:

Pensei em postar isto, para mantermos o mesmo vocabulário, já que todo dia ouvimos pérolas em colegas não-odontomaniacos. Claro, se alguém usar isto em palestra ou blog, citem o autor (por elegância).
“Sobre mobilidade dentária:

1 – Dentes não ficam moles, eles mantem a mesma consistência;
2 – Dentes não ficam com motilidade, eles não saem andando por ai;
3 – Dentes não ficam abalados, quem fica é o cliente na hora do orçamento;
4 – Dentes não ficam abaulados… eles mantem a mesma conformação.

Dentes apresentam mobilidade, grau I II e III

(LEON-ROMAN 2012)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Podemos confiar em nossas obturações ?

Com certeza não.

O método ensinado é o de obturação com cones de gutta-percha e cimento endodôntico. Este material obturador é radiopaco. A radiografia intra-oral (nas técnicas convencionais) mostra uma avaliação do preenchimento por apenas uma projeção (figura 01)

Figura 01 - Radiografia apresenta espaço do canal radicular
de aspecto radiopaco, compatível com o material obturador.

Porém, o que muitos esquecem é da anatomia do dente, e dos canais radiculares de alguns elementos dentários. Um exemplo importante são os incisivos, cujo canal radicular, ao corte, tem aspecto eliptico. Durante a realização da radiografia intra-oral, temos apenas a imagem em projeção vestibulo-palatino (ou vestibulo-lingual).

Se fosse possível realizar radiografias na projeção mesio-distal, seria possivel constatar o seguinte (figura 02): através da cirurgia de acesso clássica, não é possível preencher todo o canal radicular, por sua conformação elíptica.


Eu sei, isto é um "balde de água fria" em todos os endodontistas veterinários !!! Mas é a pura verdade, que não é discutida nos livros clássicos da odontoveterinária. E por isso, seria importante garantir a desinfecção dos canais radiculares em duas ou três sessões, através de medicação intra-canal, até que seja observado a resolução da lesão de reabsorção óssea peri-apical, para posterior obturação.

Algum dia mudaremos os coinceitos da Odontologia Veterinária. Por isso existe este blog questionador.

MV. Esp. PhD. Marco Antonio Leon
CTEOV / DentistaVet / VetDent - Odontologia Veterinária

Canal em duas sessões - Por que não devemos ter medo ?

Nos últimos dez anos, a anestesiologia veterinária, a exemplo da humana, tem crescido e consolidado como grande especialidade dentro da medicina veterinária. Avanços em farmacologia e na área de equipamentos (aparelhos de anestesia, monitorização, etc) são resultados dos estudos realizados e da busca por conhecimento.

Para a odontologia, foi um avanço importante. Porém, na própria literatura internacional em odontologia veterinária, ainda há contradições e herança dos velhos tempos da anestesia injetável.

Em endodontia humana, preconiza-se o tratamento de canal de polpas mortificadas em, pelo menos, duas sessões, pois há a penetração desinfetante, administração de medicação intra-canal e, numa nova sessão, a troca da medicação ou mesmo sua obturação. Isto é realizado em odonto humana pois, para obturar, é necessário ter certeza de que não há lesão peri-apical.

Em endodontia veterinária, canais com polpa mortificada (e lesão peri-apical) são tratados em uma única sessão. Por que ? A resposta dos mais retrogrados dizem que "É o que diz a literatura, então não discuta". Em verdade, ainda persiste o "medo da anestesia" até nos próprios colegas. "Imagina anestesiar um bicho duas ou três vezes!", pensamento que não condiz com a atual realidade de nossa profissao.

Hoje em dia, se houver algum livro de odontologia veterinária moderna por ser lançado, seria interessante que trouxesse novos conceitos como : tratamentos dentários em algumas sessões. Seria perfeito se fosse possivel realizar tratamentos endodônticos em duas ou três sessões, visto que queremos ter certeza do sucesso de nossas cirurgias... ou não queremos ?

MV. Esp. PhD. Marco Antonio Leon
CTEOV / DentistaVet / VetDent - Odontologia Veterinária

Melhoria no Plano Inclinado em Ortodontia Veterinária

O que é o Plano Inclinado

O plano inclinado construído de resina acrílica é aplicado, direta ou indiretamente no palato duro. Constrói-se o aparelho de forma a provocar uma área de deslizamento (inclinação) no momento de contato entre o canino inferior e o plano, levando, pelas forças de mastigação, os caninos inferiores a deslocarem-se para a face vestibular (desviando a ponta dos caninos “para fora” da cavidade oral).

Críticas à aplicação pelo "método do dique"

Mesmo em livros clássicos, ainda é preconizado o método obsoleto de aplicação da resina diretamente no palato, através da construção de um dique (com cera) e "derramamento" do metil-metacrilato diretamente sobre o palato.

É de conhecimento do Dentista Veterinário que a resina acrílica, ao término de sua polimerização, apresenta reação exotérmica, devendo o aparelho construido ser lavado abundantemente, a fim de que o calor provocado pela reação de polimerização não lese o tecido do palato. Apesar disso, sua presença por semanas lesara o tecido inevitávelmente.

O uso do dique facilita a aplicação. Porém, como tudo que é inventado para facilitar a vida moderna, também vêm acompanhada de grande desvantagem: ao preencher o dique com resina, o aparelho acaba cobrindo uma área extensa de palato, o que é desnecessário, levando à lesão de tecidos moles em uma maior extensão.

(foto de artigo de 2001 - método antigo)

Aplicação correta do Plano Inclinado

Ideal é que se ensine a aplicação sem o dique, seguindo os mesmos passos de uma fixação dentária (usada em fratura de mandíbula). A resina é aplicada em sua fase arenosa e, até o término da fase plástica, termina-se sua confecção. Durante a fase exotérmica, lava-se abundantemente o aparelho de acrílico, porém este estará somente na área funcional e não em área inútil.


(melhoria no método de aplicação direta)

Como dito acima, a inflamação de parte do palato é inevitável, porém neste método de aplicação, uma área menor será afetada.

Conclusão

Apesar do avanço do método, conhecido por muitos colegas em odontoveterinária, fica o questionamento: por que ainda se ensina o "método do dique" em cursos teóricos e práticos ? Logo, fica aqui a sugestão, a de não usar métodos facilitados que ajudam o médico veterinário e prejudicam o paciente. Isto só reforça o que preconizo nos meus cursos: nem tudo o que está nos livros é 100% verdadeiro - questione sempre !!!

MV. Esp. PhD. Marco Antonio Leon
CTEOV / DentistaVet / VetDent - Odontologia Veterinária

Uso de espelho odontológico na veterinária - por que todos deveriam usar ?

O espelho odontológico é um grande aliado do dentista. Isto porque a cavidade oral do paciente humano tem pouca amplitude, o que dificulta a inspeção visual. Por isso, é um instrumento inseparável do dentista.

Em medicina veterinária, os livros antigos não citam seu uso. Cursos práticos também o relegam à segundo plano. Isto pela justificativa de que a boca do cão ou gato tem maior amplitude de abertura, além de podermos levantar os lábios do paciente e visualizar quase toda a arcada dentária, e como o paciente está sob anestesia geral, existe o infeliz costume dos cirurgiões levantarem e virarem a cabeça parar poder ter melhor visualização.



Porém, o uso obrigatório do espelho odontológico denota qualidade e excelência do cirurgião veterinário, por alguns pontos:

1 - Lesões em traqueia: durante a cirurgia, virar a cabeça de um lado para o outro é uma agressão ao paciente, uma vez que ele está entubado (sonda traqueal) e, cada vez que viramos a cabeça do paciente, a sonda lesiona a traqueia. O ideal seria operar o paciente sem mover a cabeça.

2 - Conforto do cirurgião: ao invés de ficar abaixado ou arqueado, debruçado sobre o paciente, o melhor para nossa postura seria manter as costas retas. Usando o espelho odontológico, é desnecessário "enfiar a cara" dentro da boca do paciente.

3 - Três funções: o espelho tem a função de dar imagem (óbvio), além de ajudar na iluminação de alguns pontos da cavidade oral e servir como afastador de tecidos moles (labios, bochechas).

O ensino antigo não preconiza seu uso por um fato: antigamente não era usado a anestesia geral inalatória, logo não havia preocupação com a sonda traqueal. Além disso, há decadas atrás não se usava o ultra-som odontológico, cujo o uso envolve água na cavidade oral, obrigando o paciente a estar entubado e com o cuff cheio.

O uso do espelho odontológico é uma necessidade do cirurgião odontoveterinário moderno. A literatura necessita de revisão e alguns cursos terem sua grade atualizada.

MV. Esp. PhD. Marco Antonio Leon
CTEOV / DentistaVet / VetDent - Odontologia Veterinária
Sim e não.

O "dente carniceiro" é a denominação popular ao 4.pré-molar superior dos animais carnívoros. Sua função é, em oclusão com o 1.molar inferior, rasgar a carne da presa.

Porém, os cães e gatos modernos não tem mais este hábito alimentar. Logo, o nome é obsoleto.

Tal fístula seria mais elegantemente classificada pelos colegas como "fístula infra-orbitária" ou "fístula extra-oral".

O motivo desta discussão é a preocupação de informar que as fístulas infra-orbitárias em cães e gatos tem origem em dentes diferentes (figura)


A fístula infra-orbitária em cães tem origem em problemas endodônticos ou periodontais em 4.pré-molar superior, e até aqui não haveria tanto problema em denominar de "fistula do carniceiro". Quando analisamos o crânio do cão, verificamos que as raízes do 4.pré-molar superior tem suas raízes proeminentes, possuindo pouco osso alveolar em sua porção vestibular. Esta proeminencia denomina-se "juga alveolar".

O que acontece é que esta denominação tem levado profissionais desinformados a extrair ou tratar o canal de 4.pré-molares superiores em pacientes felinos com fístula infra-orbitária.

Analisando a anatomia do paciente felino, nota-se que o dente relacionado a esta fístula é o canino superior e não o 4.pré-molar superior. Logo, não se trata de dente "carniceiro".

Ideal seria suprimir o termo "fístula do carniceiro". Desta maneira, com termos mais polidos e elegantes, os pacientes caninos e felinos não correriam riscos por desinformação dos profissionais veterinários.

MV. Esp. PhD. Marco Antonio Leon
CTEOV / DentistaVet / VetDent - Odontologia Veterinária